sexta-feira, setembro 01, 2006

Simian Economics - O que os macacos nos podem ensinar acerca de Economia


Source: Thanks to R. Motti for sharing this photo in Flickr.com

Com o objectivo de estudar as causas(/origens) do comportamento económico (nomeadamente a aversão ao risco), Keith Chen, da Yale School of Management, que se considera um economista comportamental, recorre a experiências com macacos Cebus apella.

Depois de "ensinarem" aos macacos como funciona uma "economia de mercado", Chen e a sua equipa descobriram que os macacos demonstram aversão a perdas aparentes (e não reais, em termos económicos). Ou seja, os macacos demonstram aversão relativamente a opções com o potencial de gerar perdas aparentes, ainda que o valor esperado destas opções seja igual ao de outras "menos arriscadas".

O facto de perdas serem mais salientes que os ganhos (em termos de percepção de utilidade) tem sido bastante discutido entre economistas, sobretudo desde que Kahneman e Tversky publicaram o famoso artigo que introdziu a "Prospect Theory" (Econometrica 1979). Aparentemente, o facto de ser importante incorporar pontos de referência em teorias de utilidade parece ter uma explicação biológica. Chen especula que, para um animal selvagem, o desespero (desutilidade devido à fome) resultante não recolher a quantidade de comida esperada (a sua referência) é sentido de forma muito mais forte do que a satisfação de ter mais do que suficiente para sobreviver e, num bom dia, o animal se sentir saciado.

A descoberta da agricultura mudou, de forma dramática, as necessidades, prioridades e preferências dos seres humanos. No entanto, aparentemente, o homo economicus ainda mantém alguns traços em comum com o Cebus Economicus... (algo que investigadores nas áreas de neurologia, tomada de decisão e neuro-economia, tentam relacionar com a evolução do nosso cérebro, o papel das emoções...)!!

  • Fonte: ver este artigo de Julho 2005 no Economist.
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