quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Persuasão - substantivo feminino!

No seu famoso livro Blink, Malcom Gladwell conclui que os CEOs das maiores empresas Americanas são anormalmente altos:

"In the U.S. population, about 14.5 percent of all men are six feet or taller. Among CEOs of Fortune 500 companies, that number is 58 percent. Even more striking, in the general American population, 3.9 percent of adult men are six foot two or taller. Among my CEO sample, almost a third were six foot two or taller (...)it is not possible to staff a large company without short people. There simply aren’t enough tall people to go around. Yet few of those short people ever make it into the executive suite. Of the tens of millions of American men below five foot six,
a grand total of ten in my sample have reached the level of CEO, which says that being short is probably as much of a handicap to corporate success as being a woman or an African American."


Gladwell (2006)

Será que a aparência conta e influencia a capacidade de liderar e influenciar os outros?

Mia Ann Heaston nasceu a 2 de Outubro de 1981 em Covington, uma pequena povoação com pouco mais de 8 mil habitantes em Tipton County, Tennessee. Em 2007 Mia foi corada Miss Illinois o que lhe permitiu entrar na corrdia para Miss USA 2007.

- Qual foi a coisa mais maluca que alguma vez fez? - perguntava a entrevistadora durante o processo miss USA
- cuidar de 6 sobrinhos ao mesmo tempo para permitir aos meus irmãos e suas mulheres irem durante uma noite ao cinema - respondeu, determinada, Mia.

A participação de Mia não deixava adivinhar quais teriam sido, até então, as suas escolhas de carreira. Segundo o artigo sobre Mia na Wikipedia, ela é hoje uma especialista de vendas na IBM.



Mas certamente que Mia não é a única mulher atraente contratada para tentar influenciar e persuadir os clientes. Por exemplo, Tom Stafford e Matt Webb, autores do livro Mind Hacks, referem no seu blog que diversas cheerleaders e outras raparigas particularmente sexy são recrutadas regularmente como delegadas de informação médica.

Em Novembro de 2005 o New York Times apresentava aos seus leitores a ambiciosa Cassie Napier, uma das principais cheerleders da University of Kentucky. Além de atraente ela tinha sido uma aluna ambiciosa e bastante competente na Universidade, pelo que seria muito injusto acusar a empresa farmacêutica TAP de apostar apenas na beleza como arma de persuasão. A verdade é que em 2005 a ex-cheerleder Cassie estava a promover o Prevacid, um medicamento para o tratamento de refluxo gastroesofágico. Mas porque razão homens mais altos chegam a CEOs e mulheres mais atraentes são contratadas para promoverem produtos e serviços?

Uma das explicações mais aceites hoje em dia é muito simples e menos rebuscada do que a maioria das teorias da conspiração contra esta ou aquela indústria que se podem ler na blogosfera. Os seres humanos têm uma tendência para atribuirem maior credibilidade e serem mais facilmente persuadidos por pessoas com melhor aparência e mais atraentes (Murray and Driskell 1983). Isto é verdade em diversas funções, empresas e indústrias, daí vermos estes casos repetirem-se com regularidade. Portanto um bom conselho é pagar parte dos prémios de vendas aos seus colaboradores em vales de utilização de ginásios e health clubs e convencê-los a seguirem uma dieta mais saudável. Todos ganham!

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